O secretário-executivo do BC (Banco Central), Geraldo Magela Siqueira, afirmou que o Brasil está preparado para crescer de forma sustentável e que o sistema financeiro nacional é “elo importante” no processo de aumento da competitividade.
“O Brasil reúne hoje todas as condições para crescer de forma sustentável nos próximos anos”, disse Siqueira durante o 10º Congresso Internacional Brasil Competitivo, em Brasília, nesta terça-feira (28).
“Temos bons fundamentos econômicos, nosso sistema financeiro é sólido, estamos reduzindo a pobreza e a desigualdade e o governo está adotando medidas importantes para aumentar a produtividade e a competitividade da nossa economia.”
Segundo ele, novas oportunidades estão surgindo com as taxas de juros estruturalmente mais baixas, o que provavelmente provocará “realocação dos ativos ao longo dos próximos anos, principalmente por parte de investidores institucionais, como fundos de pensão e seguradoras”.
Hoje, os diretores do BC se reúnem para a primeira parte da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidirá o rumo da Selic. A expectativa dos agentes financeiros é por mais um corte de 0,50 ponto percentual, para 7,5% ao ano. Atualmente, a taxa básica de juro da economia brasileira se encontra no patamar de 8% ao ano.
Siqueira lembrou que o BC iniciou o atual ciclo de flexibilização monetária em agosto de 2011 e que, desde então, concomitantemente, o governo vem adotando “diversas outras iniciativas para estimular a atividade econômica”.
O secretário-executivo do BC disse ainda que a menor participação relativa de títulos públicos federais nas carteiras de investimentos terá como consequência a ampliação do interesse dos investidores por títulos privados, em especial os de prazos mais longos, com retornos mais elevados.
A perspectiva de realocação dos ativos torna-se oportunidade para superar o desafio de aumentar os investimentos na economia, acrescentou Siqueira.
Ele citou relatórios do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) que, apesar de identificarem “vulnerabilidades e necessidades de melhorias”, apresentam “inúmeros aspectos positivos” sobre a economia brasileira e o sistema financeiro do país.
O documento do FMI, segundo Siqueira, concluiu que “o Brasil está muito bem preparado para enfrentar o atual cenário adverso”, graças às reservas internacionais e ao elevado nível de liquidez doméstica, além de contar com um sistema financeiro “sólido, bem regulado e bem provisionado”.
Fonte: Folha Online