Bolsa mantém alta na contramão do exterior; dólar vale R$ 2,02

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), abriu a segunda-feira em queda, mas inverteu o sinal e passou a subir. Às 15h50m, o índice operava com alta de 0,44% aos 61.589 pontos. No mesmo horário, o dólar mantinha sua trajetória de alta frente ao real e subia 0,14% sendo negociado a R$ 2,024 na compra e R$ 2,026 na venda. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 2,031 e na mínima bateu em R$ 2,021.

Os investidores se mantêm cautelosos no mercado de câmbio após o ministro Guido Mantega declarar que o governo vai fazer de tudo para evitar a valorização do real, podendo até mexer nas alíquotas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para desestimular captações de dólares no exterior.

Na Bolsa, entre as ações mais negociadas, Vale PNA sobe 0,16% a R$ 36,76; Petrobras PN ganha 0,35% a R$ 22,80; OGX Petróleo ON ganha 3,01% a R$ 6,51; Itaú Unibanco PN avança 0,50% a R$ 33,82 e PDG Realty ON ganha 1,73% a R$ 4,12.

O Bank of America Merrill Lynch (BofA) cortou a recomendação para as ações da MMX, do empresário Eike Batista, e espera desempenho do papel abaixo da média do setor. De acordo com o banco, a recente queda no preço do minério de ferro restringiu o crédito para as mineradoras de pequeno porte, com efeitos especialmente preocupantes para a MMX. O banco cortou o preço-alvo do papel de R$ 6,50 para R$ 5.

Na Europa, as principais Bolsas fecharam em baixa, com os investidores mostrando pessimismo com a queda do índice de confiança do empresário alemão, a indefinição da Espanha em pedir socorro financeiro e a situação da Grécia. O Índice Ibex, da Bolsa de Madri caiu 1,12%; o Dax, do pregão de Frankfurt, recuou 0,52%; o Cac, de Paris, perdeu 0,95% e o FTSE, de Londres, se desvalorizou 0,24%. Nos EUA, o S&P 500 perde 0,08%; o Nasdaq perde 0,41%, mas o Dow Jones inverteu o sinal e passou a operar em alta com valorização de 0,14%.

A queda inesperada de confiança dos empresários da indústria e do comércio, na Alemanha, em setembro, desanimou os investidores. O instituto de pesquisas alemão CESifo Group divulgou que o índice de confiança da Alemanha caiu para 101,4 pontos frente aos 102,3 pontos apresentados em agosto. É o quinto mês consecutivo de queda.

“As expectativas para daqui a seis meses continuam claramente negativas e também caíram pelo quinto mês consecutivo”, afirmou Hans-Werner Sinn, presidente do instituto CESifo.

A revista alemã Der Spiegel publicou que o déficit orçamentário da Grécia pode ser duas vezes maior que o oficial, chegando a 20 bilhões de euros. O governo nega a informação, mas os mercados reagem negativamente já que a Grécia está prestes a receber mais parcelas do socorro financeiro.

Na Espanha, a resistência do governo em formalizar um pedido de socorro deixa o mercado em compasso de espera.

– A expectativa de que seja definido na quinta-feira um novo pacote de ajuda à Espanha deve mobilizar os mercados globais, nesta semana – diz o economista Clodoir Vieira, da corretora Souza Barros.

– A cada dia que passa e não acontece o pedido formal de socorro ao Banco Central Eeuropeu, os mercados vão achando estranho – diz o economista Darwin Dib, da CM Capital Markets.

Nos EUA, mais um dado divulgado nesta manhã ajuda a aumentar o tom negativo do mercado. O índice de atividade medido pelo Federal Reserve de Chicago caiu para -0,87 ponto em agosto, de uma leitura revisada de -0,12 em julho. Anteriormente, o indicador tinha ficado em -0,13%.

Na Ásia, as Bolsas fecharam sem tendência definida. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 0,45%. Na China, o Xangai Composto subiu 0,32%, após a agência de notícias “Xinhua” divulgar que a província de Sichuan anunciou uma série de projetos de infraestrutura. O Hang Seng, do pregão de Hong Kong, recuou 0,19%. Na bolsa de Seul, o índice Kospi ganhou 0,05%.

No fim de semana, Song Guoqing, assessor do Banco do Povo da China (Pboc, o banco central do país), afirmou que a economia chinesa não demonstrou sinais de recuperação no terceiro trimestre, mas deve se expandir cerca de 7,5% em 2012, em linha com a meta do governo.

Fonte: O Globo

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