Ibovespa sobe 0,95% e volta ao patamar dos 62 mil pontos

O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), começou a semana com valorização e voltou ao patamar dos 62 mil pontos. O Ibovespa encerrou o pregão da última segunda-feira,14/1, em alta de 0,95% aos 62.080 pontos e volume negociado de R$ 7,1 bilhões. Notícias vindas dos EUA e da China ajudaram a manter o Ibovespa em alta segundo analistas. O índice chegou a subir mais de 1,2%, mas a valorização foi interrompida após a abertura em queda das Bolsas americanas, influenciadas negativamente pela queda das ações de tecnologia. O dólar comercial fechou a sessão com desvalorização frente ao real, sendo negociado a R$ 2,031 na compra e R$ 2,033 na venda, uma baixa de 0,14%. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,037 e na mínima foi negociado a R$ 2,032.

– As palavras do presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, Charles Evans, afirmando que o banco central americano continuará estimulando o crescimento da economia e que a China pode aumentar a cota para que investidores estrangeiros negociem no mercado de ações, animaram os investidores – diz Luíz Roberto Monteiro, da corretora Renascença.

Entre as ações mais negociadas e de maior peso no índice, Vale PNA (sem direito a voto) subiu 0,60% a R$ 39,77; Petrobras PN caiu 0,15% a R$ 19,85; OGX Petróleo ON (com direito a voto) subiu 3,67% a R$ 5,36; Itaú Unibanco PN ganhou 1,22% a R$ 35,47 e Bradesco PN se valorizou 1,63% a R$ 37,88.

– As ações de bancos subiram com notícia publicada pelo jornal Valor de que as instituições poderão utilizar seus créditos tributários como capital – disse Monteiro, da Renascença.

Segundo o jornal, um acordo entre Banco Central (BC) e Ministério da Fazenda permitiu uma solução para a principal dificuldade que a adoção das regras de capital de Basileia 3 imporia aos bancos brasileiros. Com o acordo, os créditos poderão ser usados como capital pelas instituições. Bradesco, Itaú Unibanco, Santander e Banco do Brasil têm cerca de R$ 94,4 bilhões em créditos tributários.

– Outra notícia positiva para a Bolsa é que o fluxo de capital estrangeiro está positivo em R$ 2,3 bilhões até o dia 9 de janeiro. O dinheiro novo ajuda a explicar essa alta – diz Pedro Galdi, estrategista da SLW Corretora.

Entre as cinco maiores altas do Ibovespa, duas foram de construtoras. A maior alta foi dos papéis ON da PDG Realty, que subiram 4,67% a R$ 3,36. Em seguida, apareceram as ações ON da Gafisa, que avançaram 3,81% a R$ 4,90. A maior queda do dia foi das ações ON da V-Agro, com perda de 2,50% a R$ 0,39.

Chamaram a atenção no pregão, as ações da Kroton, grupo ligado do setor de educação, que foram as terceiras mais negociadas do dia, com movimento de R$ 493 milhões. O papel caiu 5,50% a R$ 43,10. A ação foi colocada em leilão em função de uma operação de compra e venda feita pelo Credit Suisse. De acordo com comunicado pela BM&FBovespa, na transação envolvendo a corretora foram negociadas 10,9 milhões de ações, equivalentes a 7,7% do capital total.

No ano passado, o papel subiu cerca de 150%. Em dezembro os controladores da Kroton desfizeram o acordo de acionistas e o fundo de investimento em participação (FIP) saiu do bloco de controle. O FIP Gestão tinha 13,7 milhões de ações da Kroton, cerca de 10% do capital. Como o vendedor não foi identificado, um analista diz que a queda pode ter a ver com a nova configuração de acionistas.

O Grupo Pão de Açúcar confirmou a venda de 17 milhões de ações preferenciais da varejista – ou 6,46% do seu capital – pelo empresário Abilio Diniz, através do fundo Santa Rita. Em leilão realizado na Bovespa, o fundo Santa Rita, que reúne parte do patrimônio de Diniz, vendeu 17,12 milhões de ações preferenciais ao preço de R$ 89 por ação.

“Em decorrência da referida transação o fundo Santa Rita passou a deter 5.378.451 ações preferencias, representativas de 2,04% do capital social (da companhia)”, informou Diniz em comunicado.

As ações PN do Pão de Açúcar, que caíram mais de 3% na sexta, subiram 0,84% a R$ 89,75.

As principais Bolsas do exterior começaram o dia em alta, após o presidente do Federal Reserve de Chicago, Charles Evans, dizer num fórum em Hong Kong, que a política monetária dos Estados Unidos ajudará o país a registrar um crescimento robusto na demanda e ao mesmo tempo manter a estabilidade dos preços. Evans prevê que os EUA cresçam 2,5% este ano. Ele disse que os mercados podem ter certeza de que o Fed usará as medidas necessárias para acabar com a falta de recursos que existe na economia. As palavras de Evans agradaram, mas os investidores aguardam pelo discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve, que acontece após o fechamento do mercado.

O presidente Barack Obama também discursou e disse que um aumento do teto da dívida do país não permitirá que o país gaste mais, mas vai ajudar a pagar as dívidas que os EUA já tem.

Entre os principais índices americanos, por volta de 18h14m, o S&P 500 caia 0,04%; o Dow Jones ganhava 0,20% e o Nasdaq recuava 0,20%, influenciados negativamente por ações de tecnologia, especialmente a Apple, com preocupações com as vendas do iPhone 5.

Na Europa, as principais Bolsas perderam força, depois de abrir o dia em alta, influenciadas pelos pregões americanos. O índice Ibex, da Bolsa de Madri, recuou 0,38%; o Dax, do pregão de Frankfurt, teve alta de 0,18%; o Cac, da Bolsa de Paris, avançou 0,06% e o FTSE, da Bolsa de Londres, recuou 0,22%.

Dados da produção industrial na zona do euro mostraram queda pelo terceiro mês seguido. O recuo em novembro foi de 0,3% ante o mês anterior, segundo a agência de estatísticas europeia, Eurostat, pior que o esperado.

Fonte: O Globo

 

 

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